INTEGRAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS – A ESCOLA
É notório que o ritmo contemporâneo atinge de forma massiva a relação entre pais e filhos. Na escalada incessante de produção para a sociedade de consumo, falta tempo para o convívio fundamental para ambos. Mas… …se sabemos, até mesmo através da ciência, que a proximidade e convivência dos pais com os filhos é fundamental para o crescimento saudável das crianças, tanto do ponto de vista emocional como psicológico, como podemos preservá-lo? Como permitir que estas relações sejam as melhores possíveis, enquanto, por exemplo, não mudamos os parâmetros e prioridades sociais?
Neste caso, surge um outro ator importante neste cenário, fundamental para ajudar (ou não) a atingirmos nossos objetivos: a escola. Hoje a escola tem responsabilidades até maiores do que as que deveria possuir no processo de desenvolvimento dos pequenos. É parte da demanda social. As crianças passam, invariavelmente, muito mais tempo dentro destas instituições do que em suas próprias casas. Por isso, é muitas vezes lá que as crianças darão seus primeiros passos, farão as primeiras descobertas de palavras e frases, aprenderão a correr e desvendarão muitos dos mecanismos do mundo que existe do lado de fora. Isso é fato e não é passível de ser mudado em curto prazo: nossos filhos viverão uma boa parcela de seus momentos mais significativos dentro das escolas e, portanto, longe de seus pais. Apesar da constatação não ser feliz, ainda é possível reverter este processo e aproximar-se do compartilhamento destes instantes tão preciosos.
PAIS E FILHOS – ESCOLHENDO A ESCOLA
Portanto, a escolha do espaço pedagógico é muito importante para contribuir para uma maior aproximação e participação no cotidiano de nossos filhos. Pensando nisso, o Projeto Teçaya selecionou quatro das principais dicas para ajudar nesta busca importante para pais e filhos.
1. Escola aberta
Parece óbvio, mas não é. Há escolas que argumentam que não permitem a entrada dos pais para não atrapalhar o bom funcionamento e organização da escola. A boa escola, que deseja uma maior proximidade com os responsáveis, busca a conciliação entre seu cotidiano e a possibilidade dos pais poderem ocupar seus espaços internos. Claro que há horários em que a entrada dos responsáveis pode não se conveniente até mesmo para o desenvolvimento e relacionamentos da criança, mas isso não deve permitir que concordemos com uma aproximação do âmbito escolar com um sistema prisional;
2. Boa comunicação
Na mesma direção, os pais deveriam dar preferência para as escolas que se esforçam para prestar boas informações. Os pais precisam saber com precisão o que acontece dentro da escola. Portanto, são bem vindos reuniões de pais (tanto as regulares como as extraordinárias), eventos participativos e, fundamentalmente, disponibilidade para atender as demandas;
3. Qualidade e não quantidade de atividades
O número de atividades a que nossos filhos são submetidos não é diretamente proporcional à qualidade da educação desenvolvida. Por isso é melhor dar preferência à escolas que compreendem que o tempo de brincar é tão ou mais importante do que o tempo em atividades direcionadas;
4. Fora da escola
Apesar de ser fundamental escolher uma boa escola para nossos filhos, a melhor forma de diminuir o distanciamento é aproveitar o tempo juntos. Portanto, se é fato que, provavelmente, nossos filhos darão seus primeiros passos e farão muitas descobertas dentro dos muros das escolas, também é fato de que é plenamente possível tornar cada minuto deles conosco brilhante como um pôr-do-sol. Brincar com nossos filhos e passear com eles. Ajuda-los a ver, pela primeira vez, o mar, a floresta, cachoeiras, parques, filmes. Ouvir músicas juntos. Afinal, se o tempo que nos é dado pela sociedade é demasiado curto, façamos deste o mais precioso dos tempos.